Blog do Dina - Histórico de pesquisas eleitorais revela cenário incômodo para Bolsonaro na disputa pela reeleição


Histórico de pesquisas eleitorais revela cenário incômodo para Bolsonaro na disputa pela reeleição

12 de janeiro de 2022 às 8:37

Ao iniciar 2022 em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, o presidente Jair Bolsonaro tentará um feito raríssimo para um chefe do Executivo em busca da reeleição: conseguir o segundo mandato começando o ano eleitoral em desvantagem na corrida. Desde que a possibilidade de permanecer oito anos consecutivos no poder passou a ser permitida, presidentes e governadores que buscavam ser reconduzidos — e, ao final, conseguiram o objetivo —, via de regra, entraram em janeiro do ano do pleito à frente dos adversários.

Levantamento do GLOBO com base em pesquisas realizadas desde 1998, quando a reeleição foi autorizada, nas campanhas à Presidência e a governador nos cinco maiores colégios eleitorais mostra que a única exceção foi Mário Covas (PSDB), reeleito em São Paulo, apesar de figurar em terceiro lugar, com 15% das intenções de voto, no levantamento Datafolha realizado em dezembro de 1997 — Paulo Maluf (PPB) e Francisco Rossi (PDT) apareciam à frente.

Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, Lula (PT), em 2006, e Dilma (PT), em 2014, lideravam as intenções de voto no início do ano em que buscavam permanecer no poder — ao fim, conseguiram ser reeleitos. Em março de 1998, FH tinha 41% das intenções de voto, segundo o Datafolha. Em janeiro de 2006, de acordo com o Ibope, Lula liderava com 35%. Já em fevereiro de 2014, Dilma aparecia à frente, com 47%.

No entanto, em 2022, o cenário é diferente. A pesquisa Datafolha mais recente, de dezembro, mostra que Bolsonaro tem 22%, em segundo lugar, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 48%. O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) tem 9%, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) soma 7%, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aparece com 4%.

— Bolsonaro tem atuado ativamente em defesa dos seus grupos de apoio mais radicais, com uma agenda muito própria e declarações que agradam muito mais o seu eleitorado cativo do que a população geral. Isso pode ajudar a levá-lo para o segundo turno, por concentrar o discurso na sua bolha, que é em torno de 20%, mas não o coloca como favorito — analisa o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, coordenador do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas sobre a Democracia (Cebrad) da Uerj.

O GLOBO

Comentários [0]


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.