7 de março de 2022 às 11:21
A Rússia disse que militares interromperam fogo e abriram corredores humanitários em várias cidades ucranianas nesta segunda-feira, 7, mas os canais de retiradas de civis levam apenas para território russo e para seu aliado, Belarus, um movimento imediatamente denunciado por Kiev como “um golpe imoral.”
O anúncio veio após dois dias de cessar-fogo fracassado para permitir que civis fugissem da cidade sitiada de Mariupol, onde centenas de milhares de pessoas estão presas sem comida e água, sob bombardeio implacável e incapazes de retirar seus feridos.
Os corredores foram abertos às 10h, horário de Moscou (04 da manhã em Brasília) na capital Kiev, Kharkiv e Sumi, e estão sendo instalados a pedido pessoal do presidente francês Emmanuel Macron, disse o ministério.
De acordo com mapas publicados pela agência de notícias russa RIA, o corredor de Kiev levaria à Belarus, enquanto os civis de Kharkiv teriam permissão para ir apenas para a Rússia.
O governo russo montaria uma ponte aérea para levar os ucranianos de Kiev para a Rússia, disse o ministério. “As tentativas do lado ucraniano de enganar a Rússia e todo o mundo civilizado… são inúteis desta vez", disse o ministério.
Um porta-voz do presidente ucraniano Volodmir Zelenski chamou a medida de "completamente imoral" e disse que a Rússia está tentando "usar o sofrimento das pessoas para criar imagens de televisão".
"Eles são cidadãos da Ucrânia, deveriam ter o direito de fugir para o território da Ucrânia", disse o porta-voz à Reuters.
"Este é um dos problemas que está causando o colapso dos corredores humanitários. Eles parecem concordar, mas eles mesmos querem fornecer ajuda humanitária para fazer imagens na TV e querem que os corredores levem em sua direção."
A Rússia nega mirar deliberadamente civis, e chama a campanha lançada em 24 de fevereiro de "operação militar especial" para desarmar a Ucrânia e remover líderes que chama de neonazistas. A Ucrânia e seus aliados ocidentais chamam a ofensiva de pretexto para uma invasão para conquistar uma nação soberana de 44 milhões de pessoas.
Estadão
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