Blog do Dina - Obras de estatal controlada pelo centrão viram elefantes brancos no Maranhão


Obras de estatal controlada pelo centrão viram elefantes brancos no Maranhão

28 de abril de 2022 às 11:11

As obras da Ceasa (central de distribuição de alimentos) e do camelódromo em Imperatriz começaram com verbas federais da estatal Codevasf no governo Jair Bolsonaro (PL), mas não passam até agora de dois elefantes brancos no segundo município mais populoso do Maranhão.

Os prédios ainda sem utilização mostram que a marca de descontrole administrativo da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) vai além das situações de pavimentação e entrega de maquinário já reveladas pela Folha.

A Codevasf foi entregue por Bolsonaro a partidos do centrão em troca de apoio político no Congresso, em especial para evitar a abertura de um processo de impeachment contra ele.

Em Imperatriz, a pior condição é a da obra da Ceasa, parada há mais de um ano e meio. Atualmente é impossível chegar ao local por via terrestre. Uma cratera impede a circulação de veículos pela estrada.

O mato alto barra a passagem a pé. A Folha, porém, conseguiu constatar a situação com imagens de um drone.

Já o camelódromo chegou até a ser inaugurado em outubro passado, mas não entrou em operação porque, após chuvas, surgiram problemas no teto e infiltrações nas estruturas do edifício. O custo total dos dois empreendimentos deve superar R$ 6 milhões.

O "padrinho" das obras é o senador bolsonarista e corregedor do Senado, Roberto Rocha (PTB-MA), que utilizou um mecanismo anterior ao das emendas de relator no Congresso para canalizar verbas federais para as construções.

Em uma entrevista à TV local, ele disse que as obras contavam com "100% de emendas do senador Roberto Rocha".

O congressista virou alvo da Polícia Federal em inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre desvio de emendas parlamentares, mas por casos que não tratam das obras de Imperatriz.

Ao mandar investigar políticos sob a suspeita de envolvimento no desvio de recursos de emendas no Maranhão, o ministro do STF Ricardo Lewandowski incluiu Rocha entre os alvos.

O ministro se baseou em manifestação da Procuradoria-Geral da República, que defendeu a apuração após analisar informações encontradas pela PF com o grupo suspeito de operar o esquema.

Os investigadores analisaram trocas de mensagem via WhatsApp. Nos diálogos, um dos suspeitos enviou tabelas e anotações com valores, nomes de pessoas e de municípios maranhenses. Um dos nomes que apareceram no material foi o do corregedor do Senado.

Veja a matéria completa.

Folha de S. Paulo

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