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Brasileiro já gasta até R$ 268 com streamings de filmes e séries

5 de maio de 2022 às 9:12

Com o recente reajuste dos preços, o consumidor brasileiro está pagando mais caro pelas assinaturas de serviços de streaming de vídeo este ano. Em 2019, antes da pandemia, o brasileiro desembolsava R$ 77,70 por mês para ter acesso aos serviços Netflix, Prime Video (da Amazon) e Globoplay – as principais plataformas disponíveis na época. Agora, em 2022, o gasto mensal para assinar esses mesmos serviços já chega a R$ 95,70, um aumento de 23,2%.

Além da alta nos preços de Netflix e Amazon, a multiplicação de opções de assinaturas de serviços de streaming de vídeo, com a chegada de Disney+, HBO Max, Telecine, Apple TV+, Star+, Starzplay, Paramount+, o valor pago por quem deseja ter acesso a todo esse acervo de conteúdo audiovisual também fica mais alto.

Para assinar todos esses serviços, o consumidor precisa desembolsar mensalmente até R$ 268 — valor que pode ser menor com planos anuais ou programas de descontos oferecidos por empresas parceiras. E isso excluindo serviços de nicho, como os dedicados a filmes de arte, como Mubi e Belas Artes.

A alta de Netflix e Amazon fica um pouco abaixo da inflação acumulada no período (23,83%), mas, junto do aumento de outros gastos, como gasolina, energia e alimentação, o custo do streaming tem pesado cada vez mais no orçamento familiar.

Nesta semana, a Amazon anunciou um aumento de 50% no valor da assinatura do Prime, que dá acesso ao serviço de streaming Prime Video, frete grátis no site da empresa, e ao streaming de música Amazon Music. A mensalidade passou de R$ 9,90 para R$ 14,90. Foi o primeiro reajuste desde que o serviço Prime foi lançado no Brasil em 2019.

No caso da Netflix, o último reajuste foi em julho do ano passado, quando a mensalidade da assinatura básica passou de R$ 21,90 para R$ 25,90. A empresa anunciou este ano o aumento dos valores cobrados nos Estados Unidos e em outros países, mas não no Brasil.

Em 2011, quando a Netflix estreou seu serviço de streaming no Brasil, a assinatura mensal custava R$ 14,90. Com a evolução do negócio, a empresa criou diferentes planos, que agora partem de R$ 25,90 e chegam a R$ 55,90. Considerando o pacote mais básico, o aumento acumulado é de 73,8%. No mesmo período, a variação do IPCA foi de 90,26%. Se tivesse acompanhado a inflação, o serviço custaria hoje R$ 28,35.

Para Marcelo Tripoli, fundador da agência e consultoria de inovação Zmes, o segmento de streaming de vídeo deve passar por uma forma de consolidação e também vender planos de assinatura com anúncios.

“Antes, o mercado de conteúdo audiovisual era centralizado nos pacotes de TV por assinatura, com centenas de canais, e fomos para o outro extremo, com canais digitais separados. Teremos um ponto de equilíbrio nesse mercado com pacotes de streaming e com a oferta de planos mais baratos que exibem propagandas, a exemplo da americana Hulu, nos Estados Unidos”, afirma. Serviços como o Pluto TV e o Samsung TV Plus já operam exclusivamente baseados em propagandas na programação.

Perda de assinantes

Após o último reajuste de preços e um arrefecimento global do setor, a Netflix reportou redução do número de assinantes pela primeira vez em 11 anos.

No balanço financeiro do primeiro trimestre deste ano, a empresa informou que perdeu cerca de 200 mil clientes. Devido a uma série de fatores, que envolvem a guerra entre Rússia e Ucrânia, bem como o aumento da concorrência, a previsão de investidores é de que a empresa continue a perder assinantes. A previsão é de uma queda de 2 milhões de clientes entre abril e junho de 2022.

Estadão

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