Blog do Dina - Após criticar política de preços da Petrobras, Bolsonaro troca comando da pasta de Minas e Energia


Após criticar política de preços da Petrobras, Bolsonaro troca comando da pasta de Minas e Energia

11 de maio de 2022 às 8:46

Depois de chamar de "crime" a política de preços da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro trocou, nesta quarta-feira, o comando do Ministério de Minas e Energia. No lugar do almirante Bento Albuquerque, assume Adolfo Sachsida, até então secretário de Paulo Guedes no Ministério da Economia. A preocupação com o impacto do preço dos combustíveis na popularidade do presidente, que tentará a reeleição em outubro, motivou esta mudança, segundo integrantes do governo.

Segundo a edição de hoje do Diário Oficial da União (DOU), Bento foi exonerado a pedido do próprio. Entretanto, o ministro, que ano passado enfrentou o desafio de encarar a crise hídrica evitando o apagão energético no país, estava enfrentando críticas quase que diárias de Bolsonaro pela alta no preço dos combustíveis.

A questão da alta dos combustíveis é considerada crucial no governo. Além de ser um dos principais motivos para a disparada da inflação, que está no maior patamar em 28 anos, os preços da gasolina, do diesel e do gás afetam diretamente a popularidade de Bolsonaro, que tenta a reeleição.

No governo o tema é considerado prioridade no núcleo político, que tenta formas de reduzir estas altas ou criar mecanismos para compensar os preços elevados, como alívio para os caminhoneiros.

Na live do último dia 5, Bolsonaro criticou o lucro da Petrobras, chamando-o de absurdo e abusivo. "O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo", declarou o presidente.

A saída de Bento ocorre dois dias depois de a Petrobras anunciar um reajuste no preço do diesel nas refinarias em 8,87%. Este ano, o combustível já acumula alta de 47%. O preço da gasolina nas bombas também está em patamar recorde.

A Petrobras registrou lucro de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma alta de mais de 3.700% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a empresa ainda sofria os impactos da pandemia. A disparada do preço do petróleo por causa da guerra na Ucrânia tem feito petrolíferas do mundo inteiro a registrarem lucros recordes.

O GLOBO

Comentários [0]


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.