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Renda per capita cai a R$ 1.353 e atinge menor valor em dez anos

10 de junho de 2022 às 11:00

A renda média dos brasileiros nunca esteve tão baixa. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2021: Rendimento de todas as fontes, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. No ano passado, a renda média mensal domiciliar per capita foi de R$ 1.353. É o menor valor em dez anos, considerando a série histórica da pesquisa iniciada em 2012.

Entre 2012 e 2014, a renda média do brasileiro cresceu 6,2% (de R$ 1.417 para R$ 1.505). Essa tendência de crescimento da renda, porém, foi alterada em 2015 quando o país amargou o início da recessão. Naquele ano, o rendimento caiu 3,1%, estimado em R$ 1.458. A renda continuou perdendo valor em 2016, com queda de 1,3%, mas voltou a crescer entre 2017 e 2019 - registrando um aumento de 5,2%.

O rendimento chegou a atingir a maior média da série (R$ 1.520) em 2019, antes da chegada da Covid-19. Mas, desde que o país passou a enfrentar os efeitos econômicos da pandemia, o rendimento tem caído. Em 2020, recuou 4,3% frente o ano anterior e ficou estimado em R$ 1.454. Em 2021, o recuo foi de 6,9%.

De acordo com o IBGE, a renda domiciliar per capita mede o rendimento total do trabalho dividido pela quantidade de pessoas em cada residência.

Desemprego e auxílio menor

Alessandra Brito, analista da Pnad Contínua, explica que o auxílio emergencial pago em 2020 funcionou como uma espécie de colchão para amortecer a perda de renda das famílias, sobretudo no momento em que houve uma menor participação do trabalho na composição da renda já que o emprego ficou escasso para milhões de brasileiros. Isso explicaria a queda menor da renda naquele ano em comparação com o ano passado.

Já em 2021, a redução do valor do benefício e do número de beneficiários atendidos pelo auxílio emergencial em meio à lenta recuperação do mercado de trabalho fez a renda sofrer mais. Outro fator que explica a queda é o avanço da inflação, que encerrou 2021 em dois dígitos com alta de 10,06%.

O GLOBO

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