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Desemprego recua em setembro e renda sobe pela primeira vez desde 2020

27 de outubro de 2022 às 15:22

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 8,7% nos três meses encerrados em setembro, a menor desde junho de 2015. O número de trabalhadores com carteira bateu recorde, assim como a população ocupada. Mas ainda há 9,5 milhões de pessoas buscando uma oportunidade no país, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira.

A pesquisa mostra também que o rendimento cresceu tanto na comparação trimestral (3,7%) quanto na anual (2,5%), chegando a R$ 2.737,00. É a primeira vez que a renda cresce ante igual período do ano anterior desde junho de 2020, quando o país vivia uma das fases mais críticas da pandemia, com fechamento do comércio.

— É um movimento importante. Há um ganho real do trabalhador muito em função do processo inflacionário. Em 2022, por volta de julho, já se observava uma expansão nominal do rendimento. No entanto, em termos reais, não havia ganho. Agora, passa-se então a haver também ganhos reais no confronto trimestral, num primeiro momento, o que não ocorria na última divulgação — sublinha Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa.

A infação segue pesando na comparação anual, ainda que agora demonstre ganho. Na prática, explica ela, houve aumento real de 2,5% em 12 meses, com R$ 67 a mais. Em termos nominais, no entanto, essa expansão alcança 11,3%, ou mais R$ 277.

Aumento da formalização
A taxa de desemprego havia recuado para 8,9% no trimestre encerrado em agosto. No trimestre encerrado em junho, que serve de base de comparação, o indicador estava em 9,3%.

O mercado de trabalho tem dado sinais de melhora nos últimos meses, com sucessivos recordes de ocupação. O contingente de pessoas ocupadas atingiu 99,3 milhões, avanço de 1% ante o trimestre anterior, ou seja, mais 1 milhão de pessoas conseguiram emprego.

Houve avanço em formalização, com aumento de 1,3% no número de brasileiros empregados com carteira de trabalho assinada na comparação com os três meses anteriores, para 36,3 milhões de pessoas. Esse contingente subiu 8,2% na comparação anual.

Em paralelo, o número de empregados no setor privado atuando sem carteira assinada foi de 13,2 milhões, o maior da série histórica, iniciada em 2012, acumulando alta de 13%, ou mais 1,5 milhão de pessoas, no ano.

Informalidade segue estável
Ao todo, 39,4% da população ocupada trabalham na informalidade, recuando dos 40% registrados no trimestre anterior, somando 39,1 milhões de trabalhadores.

Apesar do recuo na comparação trimestral, Adriana afirma que o índice apresenta estabilidade.

— No ano, ainda há expansão do total de trabalhadores informais. No trimestre, houve queda porque a ocupação total cresceu mais que a informal. No trimestre anterior cresceu 2,8%, agora ficou levemente negativa. No ano, a população na informalidade é superior à que havia um ano atrás — diz a coordenadora da Pnad.

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O GLOBO

Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo