Blog do Dina - Feridos em incêndio em galpão na Grande Natal prestam depoimento; polícia ainda não sabe o que provocou fogo


Feridos em incêndio em galpão na Grande Natal prestam depoimento; polícia ainda não sabe o que provocou fogo

11 de janeiro de 2023 às 15:48

Os três funcionários que ficaram feridos no incêndio em um galpão que armazenava fogos de artifício prestaram depoimento na manhã desta quarta-feira ( 11) na 17ª Delegacia de Polícia Civil de Parnamirim. O acidente matou duas pessoas em dezembro do ano passado.

De acordo com um dos delegados que investigam o caso, Luiz Lucena, ainda não é possível saber como o fogo começou, baseado nos novos depoimentos prestados (veja entrevista completa no vídeo acima).

Os três feridos falaram pela primeira vez com a polícia após receberem alta médica. Um deles chegou a ser liberado do hospital ainda em Natal, enquanto os outros dois seguiram o tratamento na Paraíba, onde moram.

"Todos alegam que não sabem onde começou o incêndio, não sabem o que foi que causou essas explosões e como foi que começou. Apenas dizem que começaram as explosões, houve uma fumaça muito grande e eles ficaram atordoados", resumiu o delegado.

O delegado contou ainda que no depoimento, um dos sobreviventes explicou que os dois trabalhadores que acabaram morrendo após o incêndio ficaram mais tempo expostos ao fogo no local antes de conseguirem se proteger.

"Os dois morreram, segundo um deles, porque não sabiam para onde correr, ficaram tontos. Não tinha como eles passarem para frente do galpão. Como eles estavam quase no fim do galpão, não tinha como correr e sair pela frente. Depois que eles tiveram a visão de ir para o banheiro, mas ja estavam bastante queimados", contou.

Ao todo, eram nove funcionários no local no momento do acidente.

"Os quatro da frente conseguiram sair pela frente, porque as portas ficavam entreabertas, e os outros tiveram a ideia de ir ao banheiro. Eles chegaram no banheiro, fecharam as portas, passaram uns 15 minutos, foi quando os outros dois, que faleceram, chegaram e eles abriram a porta e colocaram eles para dentro do banheiro. Os quatro que saíram primeiro tiveram a ideia de quebrar o banheiro pelo lado de fora".

Dificuldade de definir o que causou o incêndio

"A nossa dificuldade é definir o que causou o incêndio". A afirmação é do delegado Luiz Lucena. Até o momento, as investigações ainda não chegaram a conclusão de onde e como o incêndio começou.

Entre as possibilidades trabalhadas está a de que a faísca de um cigarro possa ter causado o fogo. A Polícia Civil ainda vai ouvir outras testemunhas para saber se os trabalhadores fumavam no local.

"Entre os nove, dois eram fumantes. Eles afirmam que não fumavam lá dentro. Afirmam que fumavam lá fora. Para entrar no galpão, só entravam descalços. Todos alegam a mesma coisa, que ninguém praticou nenhum tipo de deslize, alguma coisa que pudesse gerar alguma faísca e gerar esse tipo de incêndio. Todos dizem que escutaram a primeira explosão e começaram a correr", disse o delegado.

"Vamos procurar mais testemunhas para saber se eles viram esse pessoal entrando e saindo fumando lá dentro, porque entre os funcionários todos dizem que não. Soube que tem uma pessoa que diz que via eles fumando na frente, outros que diziam que viam eles fumando lá dentro...A gente vai identificar essas pessoas".

O delegado explica que "pela temperatura que existia no local", não havia a possibilidade e pegar fogo sem a ocorrência de algum outro fator. Ele explicou que os funcionários disseram ainda que os fogos não tinham espoleta - dispositivo que aciona de forma mais frágil o disparo dos fogos - e que os pavios dos fogos eram colados com fita adesiva.

O local também não tinha energia elétrica, segundo a Civil, o que descarta a possibilidade de curto-circuito.

g1 RN