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Servidora diz que era coagida a fornecer a senha para inserção de dados em carteiras de vacinação

4 de maio de 2023 às 12:59

A investigação que apura um suposto esquema criminoso de fraude na vacinação envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá uma frente nova e mais aprofundada agora sobre Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Em depoimento, uma servidora disse que era coagida a fornecer a senha a para inserção de dados (adulteração) de carteiras de vacinação. Nesta quinta-feira (4), os malotes com as apreensões feitas no Rio chegam a Brasília.

Os investigadores agora vão analisar todo o material coletado nos endereços dos alvos, inclusive os celulares apreendidos com o ex-presidente, com o tenente-coronel Mauro Cid e outros.

Segundo a PF, servidores da Prefeitura de Caxias inseriram no Sistema Único de Saúde (SUS) os dados falsos de vacinação de Bolsonaro, de sua filha Laura, de dois assessores e do deputado Gutemberg Reis (MDB).

A vacinação contra a Covid na cidade da Baixada Fluminense foi marcada por filas quilométricas, aglomeração nos postos e desorganização. A Justiça chegou a bloquear R$ 2,5 milhões do então prefeito, Washington Reis, por suspeitas de irregularidades na campanha.

Os dados no ConecteSUS 

Nesta quarta, após a operação ser deflagrada e Jair Bolsonaro ter sua casa alvo de mandado de busca e apreensão, o ex-presidente reafirmou que ele e a filha não se vacinaram contra a Covid. Ele também negou ter havido adulteração de sua parte nos cartões de vacina.

No sistema da Rede Nacional de Dados em Saúde, no entanto, constam duas doses da Pfizer para cada um:

  • Jair Bolsonaro teria tomado a 1ª dose da vacina no dia 13 de agosto de 2022, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias;
  • o ex-presidente teria tomado a 2ª dose no mesmo lugar no dia 14 de outubro de 2022;
  • a filha do ex-presidente, Laura, teria recebido a primeira dose no dia 24 de julho de 2022 também no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias;
  • já a segunda dose de Laura teria sido administrada no mesmo dia que a primeira dose de Bolsonaro, no dia 13 de agosto de 2022, no mesmo local.

Os dados, segundo os investigadores, foram inseridos no ConecteSUS apenas em 21 de dezembro, pelo ex-secretário de Saúde na época e atual secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha.

Informações do Ministério revelaram que só em 2022 ele fez mais de 60 inserções de dados de vacinação contra a Covid no sistema. Ele foi um dos seis presos na Operação Venire, nesta quarta (3).

A exclusão dos dados, uma semana depois, no dia 27 de dezembro, também envolve uma pessoa ligada à administração municipal. Foi feita pela chefe da Central de Vacinas de Caxias, Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, sob alegação de “erro”.

G1 RN 

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