4 de agosto de 2023 às 13:31
Mais um episódio envolvendo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, veio à tona nesta sexta.
Documentos recebidos pela CPI dos Atos Golpistas mostram que ele tentou vender um relógio Rolex. A peça foi recebida por Bolsonaro em uma viagem à Arábia Saudita.
Há um registro do dia 6 de junhho de 2022 de uma liberação do relógio no Gabinete Adjunto de Documentação Histórica.
A data é a mesma em que, segundo os membros da CPI, Mauro Cid trocou e-mails para tratar sobre uma possível venda do relógio por US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil).
Em um dos emails obtidos pela CPI, a então funcionária pública Maria Farani, que assessorava o Gabinete Adjunto de Informações do gabinete pessoal de Bolsonaro, diz:
"Olá Mauro, obrigada pelo interesse em vender o seu Rolex. Tentei falar com você por telefone mas não consegui. Pode por favor me falar se você tem o certificado de garantia original do relógio?"
"Quanto você espera receber por essa peça? O mercado para Rolex usados está em baixa, especialmente para relógios cravejados de platina e diamante (já que o valor é tão alto). Só queria me certificar de que estamos na mesma linha antes de fazermos muita pesquisa. Espero ouvir notícias suas."
Segundo os documentos obtidos pela CPI, Mauro Cid responde à mensagem de Maria Farani. Neste caso, o material da CPI não indica o cabeçalho da mensagem (com data e autor), somente o conteúdo:
"Olá ..., Nós não temos o certificado do relógio, já que foi um presente recebido em viagem oficial de negócios. O que temos é o selo verde de certificado superlativo, que acompanha o relógio. Além disso, posso certificar que o relógio nunca foi usado. Pretendo receber por volta de $ 60.000 pela peça. Agradeço o retorno rápido. Mauro Cid".
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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