5 de junho de 2024 às 15:49
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu arquivar, nesta quarta-feira (5), por 12 votos a 5, o processo que pedia a cassação do deputado André Janones (Avante-MG) sob a acusação de “rachadinha” em seu gabinete, conforme reportado pelo R7. A sessão foi marcada por episódios de tumulto, bate-boca e empurrões. Janones precisou ser escoltado pela Polícia Legislativa após um embate com os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Zé Trovão (PL-SC).
Os deputados da oposição acusaram Janones de “covarde” e “rachador” após o resultado. Janones reagiu às acusações, levando a uma troca de insultos e empurrões. Nikolas e Janones chegaram a se desafiar a continuar o embate fora das dependências da Câmara.
A sessão, que foi marcada por constantes bate-bocas entre deputados governistas e oposicionistas, chegou a ser interrompida, e o acesso ao local foi restrito apenas aos parlamentares.
O Processo
O relator do processo, deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), apresentou um parecer pedindo o arquivamento do caso, justificando que os registros que embasaram a ação contra Janones ocorreram antes do início do mandato dele como deputado. Boulos citou um caso semelhante que também foi arquivado pelo colegiado.
A representação contra Janones foi apresentada após dois ex-assessores do parlamentar afirmarem que ele cobrava funcionários lotados em seu gabinete na Câmara a repassar parte de seus salários. O caso também está sendo investigado pela Polícia Federal.
O deputado é acusado por Fabricio Pereira, um ex-assessor, de comandar um esquema de "rachadinha". Em conversa com o R7 no ano passado, Fabricio afirmou que o esquema envolvia diversos funcionários do gabinete de Janones. Segundo Fabricio, os assessores tinham que sacar o dinheiro e repassar ao deputado, e que ele guardava pacotes e envelopes de dinheiro em sua casa.
Na denúncia, há um áudio em que Fabricio conversa com outro ex-assessor de Janones, que alega precisar repassar quase R$ 5.000 de seu salário mensalmente ao esquema. A verba seria usada para cobrir um rombo de R$ 675 mil nas contas pessoais do político, que afirma ter precisado vender casa e carro e usar o dinheiro da poupança e da previdência privada para financiar sua campanha eleitoral.
O Dina Explica
A decisão de arquivar o processo contra André Janones destaca a complexidade e a polarização política dentro do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. As acusações de "rachadinha" são graves e, embora o processo tenha sido arquivado por considerar que os registros ocorreram antes do mandato, a questão ainda está sob investigação da Polícia Federal. Esse caso também reflete as tensões políticas e os conflitos pessoais entre parlamentares, evidenciados pelos tumultos e confrontos durante a sessão.
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