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Absurdo: Hospital do RN Improvisa Máscara de Oxigênio com Embalagem de Bolo para Bebê

11 de junho de 2024 às 15:24

Em um episódio que escancara a precariedade do sistema de saúde brasileiro, um bebê de apenas três meses internado com suspeita de bronquiolite foi forçado a receber oxigênio através de uma embalagem de bolo improvisada como máscara, no Hospital Municipal de Santa Cruz, na região Agreste do Rio Grande do Norte. A situação, digna de um filme de terror, foi confirmada pelo próprio município.

Detalhes do Ocorrido

O bebê, de apenas 3 meses e 20 dias, foi admitido no hospital no último sábado (8) apresentando sintomas graves de desconforto respiratório, congestão nasal, febre, rinorreia, vômitos e diarreia. A direção técnica do hospital detalhou que, devido à gravidade do caso e à demora na transferência para uma unidade com UTI pediátrica, foi necessário improvisar o uso de uma embalagem de bolo como máscara de oxigênio.

Justificativas e Desculpas

“O paciente apresentava quadro clínico grave, com desconforto respiratório e taquidispneia”, destacou a nota do hospital. Segundo o G1 RN, o município esclareceu que o hospital não é especializado em urgência materno-infantil. Diante da emergência, a médica plantonista usou a embalagem de bolo para montar um leito semi-intensivo, atendendo à necessidade imediata da criança enquanto aguardava a regulação para a UTI.

Na manhã desta terça-feira (11), o município informou que a criança estava sendo transferida para o Hospital Varela Santiago, em Natal, em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O Dina Explica

Este incidente revela a trágica realidade do sistema de saúde no Brasil. Quando um hospital precisa recorrer a uma embalagem de bolo para fornecer oxigênio a um bebê, isso indica um colapso absoluto das condições mínimas de atendimento. O uso de improvisações grotescas não é apenas um reflexo da falta de recursos, mas também da inércia governamental e da má gestão que permeia o setor público de saúde.

A desculpa de que o hospital não é especializado em urgência materno-infantil não justifica a negligência flagrante. A responsabilidade pela vida dos pacientes é universal e deveria ser tratada com o máximo de seriedade e preparo, independentemente da especialização da unidade. Este caso é um triste lembrete de que a saúde pública no Brasil muitas vezes se resume a um jogo de sorte onde os mais vulneráveis pagam o preço mais alto.

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