13 de junho de 2024 às 9:30
Apesar de perder força ao longo do dia, o dólar fechou a sessão desta quarta-feira (12) em alta firme, superando R$ 5,40. Diferentemente do comportamento global da moeda americana, que apresentou queda, o dólar no Brasil foi influenciado por questões locais.
A percepção de perda de capital político do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a piora na relação entre o governo e o Congresso têm peso sobre a moeda. Na terça-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolveu a Medida Provisória do crédito PIS/Cofins, um golpe na estratégia da Fazenda para compensar perdas com desonerações.
Pela manhã, o presidente Lula reafirmou o compromisso com o equilíbrio fiscal, destacando que o aumento da arrecadação e a queda de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer investimentos. No entanto, a fala pareceu desconectada das ações do ministro Haddad, que promete medidas para controlar o aumento das despesas.
O dólar chegou a R$ 5,4299, a maior cotação desde janeiro de 2023, enquanto caiu no exterior após dados benignos de inflação nos EUA. No Brasil, a incerteza sobre as contas públicas e a falta de um plano alternativo após a devolução da MP do PIS/Cofins aumentaram a busca por hedge.
Marcos Weigt, do Travelex Bank, destacou que a versão ao risco impediu a queda do dólar no mercado interno, mesmo com a baixa das taxas dos Treasuries nos EUA. “Está cada vez mais difícil aumentar a arrecadação, e cortar gastos é complicado com o orçamento engessado e falta de vontade política”, afirmou.
O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, comentou sobre o pico de estresse no mercado e a incerteza em relação às contas públicas. “Haddad disse que não tem plano B, enquanto Lula fala em equilibrar as contas com corte de juros”, disse Galhardo.
No cenário internacional, o índice DXY recuava no fim da tarde, e o Fed manteve a taxa básica de juros na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano. As projeções dos dirigentes do Fed mostram uma redução menor nas taxas até o fim do ano, influenciando os mercados globais.
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