Blog do Dina - Pacheco diz que projeto sobre aborto não será tratado com pressa no Senado


Pacheco diz que projeto sobre aborto não será tratado com pressa no Senado

14 de junho de 2024 às 11:46

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um breve momento de alívio com a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de não levar diretamente ao plenário o projeto que equipara aborto a homicídio após 22 semanas de gestação. Após uma semana de reveses, a decisão de Pacheco trouxe um respiro para o Palácio do Planalto.

Pacheco ressaltou que o conteúdo do projeto pode não estar de acordo com a legislação penal e corre o risco de ser inconstitucional. Essa abordagem cautelosa é um contraste bem-vindo após a recente derrota do governo com a devolução da MP que limitava o uso de créditos de PIS e Cofins.

Um assessor de Lula comentou que "Pacheco nos derrotou e nos salvou na mesma semana. Por isso, não dá para dizer que ele é nosso adversário", reconhecendo a complexa relação entre o governo e o presidente do Senado.

Urgência na Câmara Gera Polêmica

O projeto que equipara o aborto a homicídio se realizado após 22 semanas de gestação teve o regime de urgência aprovado pela Câmara dos Deputados, provocando protestos de movimentos de mulheres. A urgência significa que o projeto pode ser aprovado sem uma discussão aprofundada, o que gerou críticas por parte da sociedade civil.

Diante da reação negativa, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a votação não será imediata. Autores do projeto, principalmente da bancada evangélica, admitiram que a proposta foi uma forma de testar o governo Lula. Em encontros com líderes evangélicos, Lula prometeu que seu governo não adotaria nenhuma medida relacionada ao aborto.

Até agora, o Palácio do Planalto tem se mantido distante, afirmando que o projeto não é uma iniciativa do governo e, portanto, não iria se pronunciar sobre ele.

Pacheco Pede Cautela e Debate

Rodrigo Pacheco garantiu que o projeto não será encaminhado diretamente para votação no Senado. Ele enfatizou a necessidade de discussão e debate antes de qualquer decisão, destacando que a forma como o tema está sendo tratado na Câmara pode ser ilegal.

Essa postura de Pacheco ajuda a reduzir a tensão no Congresso, oferecendo ao governo argumentos para evitar a aprovação do projeto e minimizando os desgastes políticos para o presidente Lula.

O Dina Explica

A intervenção de Rodrigo Pacheco foi crucial para evitar uma crise maior. Ao barrar a tramitação urgente do projeto sobre aborto, ele permitiu um espaço para o debate necessário, algo essencial em temas tão sensíveis. A medida também alivia a pressão sobre o governo Lula, que enfrenta desafios tanto internos quanto externos.

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