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Evidências Apresentadas: Por Que A Pandemia de Covid-19 Surgiu, Sim, em Laboratório Que Só Pode Ter Sido Chinês

23 de junho de 2024 às 11:45

Alina Chan, uma renomada bióloga molecular do Instituto Broad do MIT e Harvard, finalmente apresenta evidências contundentes que dão uma resposta ao mundo sobre as origens da pandemia de Covid-19, confirmando o que era suspeita ou especulação: ela fez o caminho lógico de juntar evidências e provas. O processo foi descartando possíveis origens do surto, até restar um laboratório chinês.

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Chan destaca que, por mais de quatro anos, a busca pela verdade foi atrapalhada por políticas partidárias, mesmo com a pandemia resultando em pelo menos 25 milhões de mortes no mundo, mais de um milhão só nos Estados Unidos. Agora, um volume crescente de evidências aponta para um cenário de que um vírus escapou de um laboratório de pesquisa em Wuhan, China, tornando-se o acidente mais custoso na história da ciência.

Evidências Cruciais Apresentadas pela Cientista:

Para entender o impacto das conclusões, destaquei em negrito seções do texto que a cientista publicou originalmente no NYT e adaptamos para o Blog do Dina. O texto do The New York Times pode ser acessado AQUI

Evidências Cruciais Apresentadas pela Cientista:

1. Origem do Vírus em Wuhan: O vírus semelhante ao da SARS que causou a pandemia surgiu em Wuhan, cidade onde está localizado o principal laboratório do mundo de pesquisa de vírus semelhantes ao da SARS. Shi Zhengli e sua equipe no Instituto de Virologia de Wuhan, que investigavam esses vírus há mais de uma década, descobriram que os vírus mais semelhantes ao SARS-CoV-2 circulam em morcegos que vivem a cerca de 1.600 quilômetros de Wuhan. Mesmo em locais onde esses vírus existem naturalmente, perto de cavernas de morcegos no sudoeste da China e no sudeste asiático, cientistas concordaram, em 2019, que a transmissão do vírus de morcegos para humanos era rara.

Quando o surto de Covid-19 foi detectado, Shi Zhengli negou que o novo coronavírus tinha saído de seu laboratório, afirmando que nunca esperava que um surto como aquele ocorresse em Wuhan. O SARS-CoV-2 é excepcionalmente contagioso e, no entanto, não deixou nenhum rastro conhecido de infecção em sua origem ou em qualquer ponto ao longo de uma jornada de 1.600 quilômetros antes de surgir em Wuhan. Isso sugere que o vírus pode ter sido transportado diretamente para a cidade de Wuhan, possivelmente como resultado de um acidente de laboratório.

2. Proposta de Pesquisa Polêmica: No ano anterior ao surto, o Instituto de Wuhan, em colaboração com parceiros dos EUA, havia proposto criar vírus com uma característica definidora do SARS-CoV-2 —um local de clivagem de furina— que aumenta a capacidade de infecção em humanos. A proposta, conhecida como "Defuse", foi realizada junto com a EcoHealth Alliance, uma organização científica sediada nos EUA, e Ralph Baric da Universidade da Carolina do Norte. A proposta descrevia planos para criar vírus semelhantes ao SARS-CoV-2 com um local de clivagem de furina, uma característica que torna o vírus mais eficiente em infectar células humanas.

O projeto Defuse propôs procurar e criar vírus semelhantes ao da SARS com proteína S com uma característica única: um local de clivagem de furina —a mesma característica que aumenta a capacidade de infecção do SARS-CoV-2 em humanos, tornando-o capaz de causar uma pandemia. A proposta foi rejeitada, mas a existência dessa proposta levanta questões sobre a possibilidade de que a pesquisa realizada no Instituto de Virologia de Wuhan poderia ter levado ao desenvolvimento ou ao aprimoramento do SARS-CoV-2.

Embora seja possível que o local de clivagem de furina tenha evoluído naturalmente, o SARS-CoV-2 é o único conhecido por possuir um local de clivagem de furina na espícula entre centenas de vírus semelhantes ao da SARS catalogados por cientistas. Dados genéticos sugerem que o vírus tinha esse local antes de iniciar a pandemia, correspondendo à descrição na proposta Defuse do Instituto de Wuhan.

3. Condições de Biossegurança Inadequadas: Chan destaca que o Instituto de Virologia de Wuhan realizou esse tipo de trabalho em condições de biossegurança baixas (BSL-2 e BSL-3) que não poderiam conter um vírus tão infeccioso quanto o SARS-CoV-2. Em um experimento, o grupo de Shi modificou geneticamente um vírus que apresentou um aumento de 10 mil vezes na quantidade de vírus nos pulmões e cérebros de camundongos humanizados. Esses experimentos foram realizados em condições de biossegurança BSL-2, que é insuficiente para lidar com vírus tão infecciosos.

Mesmo a contenção muito mais rigorosa no BSL-3 não pode impedir totalmente o SARS-CoV-2 de escapar. Dois anos após o início da pandemia, o vírus infectou um cientista em um laboratório BSL-3 em Taiwan, que na época era um país com zero casos de Covid. O cientista havia sido vacinado e foi testado apenas após perder o olfato. Até então, mais de cem contatos próximos haviam sido expostos. O erro humano é uma constante mesmo nos mais altos níveis de biossegurança, e os riscos são muito maiores para os cientistas que trabalham com patógenos infecciosos em níveis de biossegurança baixos.

4. Falta de Evidências de Transmissão Animal: A hipótese de que a Covid-19 veio de um animal no mercado de Huanan, em Wuhan, não é apoiada por evidências fortes. Em dezembro de 2019, o surto foi inicialmente associado a um mercado frequentado por milhares de visitantes diariamente. No entanto, dados e análises mostram que todos os casos conhecidos de Covid-19 provavelmente derivam de uma única introdução do SARS-CoV-2 em humanos, e o surto no mercado de Huanan aconteceu depois que o vírus já estava circulando em humanos.

Dois artigos publicados na revista Science em 2022 sugeriram que o SARS-CoV-2 teria surgido naturalmente a partir do contato humano-animal no mercado de Wuhan. Ambos se concentraram em um mapa dos casos iniciais e afirmaram que o vírus havia saltado dos animais para os humanos duas vezes no mercado em 2019. Mais recentemente, esses estudos foram questionados por outros cientistas que argumentam de forma convincente que os dados existentes não podem distinguir claramente entre um evento de supertransmissão humana e um transbordamento natural no mercado.

Além disso, não houve confirmação de nenhum animal infectado no mercado ou em sua cadeia de suprimentos. Sem boas evidências de que a pandemia começou no mercado de Huanan, o fato de o vírus ter surgido em Wuhan aponta diretamente para seu laboratório único de vírus semelhantes ao da SARS.

5. Ausência de Evidências no Comércio de Animais Selvagens: Apesar da intensa busca concentrada no comércio de animais e pessoas ligadas ao mercado, os investigadores não relataram ter encontrado animais que não tenham sido infectados por humanos. Nenhuma evidência de anticorpos mostra que os comerciantes de animais em Wuhan estão regularmente expostos a vírus semelhantes ao da SARS, como seria esperado em tais situações. Em contraste, virologistas e outros cientistas concordam que o SARS-CoV-2 precisou de pouca ou nenhuma adaptação para se espalhar rapidamente em humanos e parecia estar bem adaptado para causar uma pandemia desde sua primeira detecção.

Mesmo que Wuhan seja a base dos caçadores de vírus com expertise no rastreamento de novos vírus semelhantes ao da SARS, os investigadores falharam em coletar ou relatar evidências-chave que seriam esperadas se a Covid-19 tivesse surgido no comércio de animais selvagens. Por exemplo, os investigadores não determinaram que aqueles com os primeiros casos conhecidos tiveram exposição a animais hospedeiros intermediários antes de adoecerem.

A pandemia poderia ter sido causada por centenas de espécies de vírus, em dezenas de milhares de mercados de animais selvagens, em milhares de cidades e em qualquer ano. Mas foi um coronavírus semelhante ao da SARS, com um local de clivagem de furina único, que surgiu em Wuhan, menos de dois anos depois que cientistas, às vezes trabalhando em condições de biossegurança inadequadas, propuseram coletar e criar vírus com o mesmo design.

Conclusão: Chan argumenta que, embora cenários de transmissão natural permaneçam plausíveis, o acidente de laboratório é a explicação mais razoável para a origem da pandemia. Ela defende uma investigação minuciosa para determinar as causas, visando prevenir futuras pandemias e restaurar a confiança pública na ciência e na liderança governamental. Ela acredita que uma investigação bem-sucedida da causa raiz da pandemia poderia quebrar um impasse científico de décadas sobre a segurança da pesquisa de patógenos, ajudando a determinar como os governos gastarão bilhões de dólares para prevenir futuras pandemias e dissuadindo futuros atos de negligência e engano.

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